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BRASIL VOANDO ALT​O

Aeroporto dos Amarais, em Campinas

Frase do Corpo de Bombeiros motiva o piloto e rege a aeronave


Cobertura jornalística começou nos preparativos, em Campinas

O verdadeiro espírito de um desbravador!

 

ETAPA DE GOIÁS

No aeroporto em Goiania

Etapa 01

Partindo de Goiânia, o destino era Santarém com previsão de 4 horas de voo que foram cumpridas 100% dentro do cronograma. Primeiro dia de viagem só alegria e a sensação de deixar para trás toda a burocracia e colocar em teste a metodologia.
Numa rápida parada técnica em Santarém, reabastecemos e seguimos para Boa Vista onde faríamos o pernoite para que no dia seguinte iniciar a etapa internacional.

Etapa 02

Chegamos ao Aeroporto de Boa vista para prepararmos o Avião e a documentação necessária para a saída do Brasil. Primeira etapa internacional da missão foi quando solicitamos a autorização do plano de voo, a torre de Boa vista informou que a Venezuela não estava autorizando o sobre voo do território deles, foi necessário então apresentar um novo plano de voo com uma rota que desviasse do território venezuelano. Após 45 minutos de espera, o plano de voo autorizado e enfim decolamos para a ilha de Granada. A partir daí apenas Fonia em inglês com os Controladores.  Pousamos em Grenada para reabastecimento e logo decolamos para Aguadilla, ultima perna do dia. Chegando a Aguadilla passamos pelo controle de passaportes dos Estados Unidos e logo pudemos levar o Avião ate o Hangar e ir descansar.

Etapa 03

O destino agora já era a costa leste Americana. Partimos de Aguadilla bem cedo para encontrar nosso amigo Cmt Rolim em Miami. Miami foi onde de fato a volta ao mundo começou. Chegando a Miami abastecemos o avião de uma maneira bem diferente para nós brasileiros, por lá você mesmo reabastece seu avião, basta ter um cartão de credito.
Após um almoço em um restaurante próximo ao aeroporto decolagem com destino a Norfolk, mas devido a um forte mau tempo não foi possível chegar a Norfolk. A alternativa foi Wilmington, Carolina do Norte.

Etapa 04
Novo dia de voo, e nova etapa internacional para mais um país, desta vez o Canadá.
Partida de Wilmington para Quebec no Canadá. Na chegada em Quebec a primeira língua do controle aéreo foi o francês, mas eles também falavam inglês. Em Quebec fizemos um rápido lanche e quando fomos preparar para decolar constatamos o que era o início dos problemas com o motor e o consumo de óleo, mas neste primeiro momento um mecânico canadense deu uma olhada no Motor e aconselhou a seguir pois o consumo ainda era aceitável e não um problema que impedisse de seguir. Decolagem então para o norte do Canadá, para Goose Bay, local de onde partia o voo para a Groenlândia.

Etapa 05
Acordamos bem cedo para aproveitar bem o dia e cumprir duas etapas até a Islândia.
Chegamos ao aeroporto alugamos os trajes de imersão que é um item de sobrevivência no caso de um pouso na água gelada.
Decolamos então rumo a um lugar bem desconhecido pela maioria das pessoas, a Groenlândia.
Após 03h30min de Voo a Groenlândia começou a dar sinais com seus Icebergs, e após mais alguns minutos terra a vista! Era a Groenlândia! Um lugar incrível.
Após uma aproximação para pouso entre as montanhas, aterrissagem para reabastecimento e um rápido lanche e logo decolamos para Keflavik na Islândia.
Mais 03h30min de voo e a Islândia começou a mostrar sua cara e seu famoso Sol da Meia Noite. Pouso às 23h30min local e o sol ainda estava no horizonte!

Etapa 06
Nesta escala foi impossível dormir direito! O sol na janela não fazia parecer que era noite!
De manhã tomamos um bom café da manhã e logo decolamos para o Reino Unido!
O destino deste dia foi Londres, com uma rápida escala em Wick, Escócia onde devolvemos nossos trajes de imersão e conhecemos um escocês chamado Andrew, que não sabíamos neste momento, mas mais pra frente seria decisivo na travessia da Rússia. Após reabastecer e nos despedir da Escócia partimos para Elstree, uma pequena cidade próxima a Londres.

Etapa 07
Após alguns dias em Londres aguardando o avião sair da manutenção programada partimos para a Alemanha, em um voo muito especial pois fora sobrevoado o Canal da Mancha, palco dos grandes combates aéreos da segunda guerra mundial. O destino foi Kassel, local onde os mecânicos constataram o motivo do grande consumo de óleo do motor.

Etapa 08
Estratégia para a Rússia montada, lembramo-nos do escocês Andrew, que quando nos conheceu e entendeu nosso projeto nos ofereceu a instalação de um tanque extra mas naquele momento não precisávamos. Partimos então para Wick para a instalação do tanque extra que possibilitou a travessia da Rússia.

Etapa 09

O voo de Wick para Helsinki teve uma duração de aproximadamente 5 horas, sendo que quase 2 horas foi sobre o gelado mar do norte. Durante o sobrevoo no mar algumas plataformas de petróleo foram vistas. O intenso tráfego de helicópteros offshore marca aquela região com o céu parcialmente encoberto, o que é bastante típico da região. Foi possível pelo menos ver os fiordes da costa norueguesa. Ao entrar em sobrevoo na Noruega, o avião voou entre nuvens totalmente encoberto até o destino. Não foi possível ver muitas coisas mas fiquei atento à intensidade do tempo conversando pelo telefone via satélite com a equipe de terra que me servia como um “radar” meteorológico, uma vez que eu não tinha um! Altitude inicial foi de 13.000 pés e devido ao vento foi o final também! Foi o voo de teste do tanque extra de combustível, 50 litros fora transferido para a asa esquerda para teste. O pouso em Helsinki foi logo após o por do sol, muitas nuvens deixava o aeroporto no limite da operação visual. Pista de 1200m em Helsinki, forte vento de través. Não foi um pouso muito fácil.

Etapa 10

Esse voo teve a duração de 9 horas, foi o voo mais longo de toda a missão. Para decolar da pista de 1200 metros de Helsinki com 900 litros de combustível a bordo do pequeno Matrix não foi tarefa fácil. O vento não estava totalmente de proa e a intensidade era de apenas 7 nós, o que ajudava era a temperatura de 20 graus célsius. Por não estar tão quente a sustentação é melhorada. O avião saiu do chão nos últimos 100 metros e não subia com uma razão de subida mais que 300 pés por minuto. Era peso demais. Ansiedade para entrar no espaço aéreo russo, que aconteceu 40 minutos após a decolagem. Primeira cidade russa a ser sobrevoada fora a antiga capital do império russo, São Petersburgo, cidade do Czar da Rússia. A fonia com os controladores russos foi mais fácil do que eu imaginava ainda que de vez em quando precisava falar inglês-russo para dar uma força a eles. Apenas um mal tempo marcou esse voo, sobre os montes Urais. No visual desviei, entrei apenas por um curto espaço de tempo mas não nos CB`s daquele paredão. Lembramos que para não ter um navegador russo a bordo precisava voar pelo menos no nível 170. Solicitei inicialmente 130, e fui atendido. Fiquei 2 horas no 130, e subi para o 150. Mais duas horas e subi para o 170. Pouco tempo depois veio o mal tempo e eu subi para o 230, que foi o meu nível final. Pouso em Omsk foi tranquilo, mas oque marcou foi ter que ficar fazendo conversões de pés para metros.

Etapa 11

O voo inicial era de Omsk para Yakutsk. Porem era um voo de 1800 milhas, Muito longe! Seria possível com as reservas de segurança se o vento fosse de cauda. Infelizmente na Rússia não se pode sair da rota programada e autorizada, mesmo que só tenha você voando, o que faz a rota ficar absurdamente maior. A rota maior mais o vento de cauda não fora possível ir direto para Yakutsk e eu tive que alternar Krasnoyarsk, apenas 600 milhas a frente de Omsk. Voo não muito longo, tranquilo e sem condições meteorológicas ruins. Pouso fácil, vento calmo e pista muito longa.

Etapa 12

Era para ter sido um voo normal, estava tudo certo, tudo checado, o voo era de 7 horas. A novidade desse voo foi que faltando 200 milhas para chegar, uma hora para o destino, a pressão do óleo começou a despencar. Fiquei preparado para um pouso forçado e fiz todos os procedimentos de emergência. O gelado rio Lena passava a minha direita e seria nele mesmo que eu pousaria em caso de parada do motor, pois o relevo embaixo era totalmente de pedras, graças ao nosso bom Deus, o motor resistiu bravamente e me colocou a salvo no chão de Yakutsk. A pressão estava entrando no vermelho quando o pouso ocorreu. Após o pouso, constatamos que pousei com 2,5 litros de óleo! Havia decolado com o máximo, 12 litros! Perdi praticamente 10 litros. O consumo excessivo se deu pois o cilindro numero 4 não estava funcionando corretamente.

Etapa 13

Segundo voo mais longo da missão, se sucedeu de maneira tranquila e atenciosa após a troca dos anéis do cilindro numero 4. Após fazer um grande desvio da rota, pois os russos não deixam voar fora da rota programada, um sobrevoo em Magadan, segui rumo a Anadyr e o estreito de Bering. Sobrevoei também a península da Kamptcharka. Nesse momento enfrentei um pouco de turbulência moderada e 15.000 pés. Os mecânicos me proibiram de voar acima de 15.000 pés, pois o óleo torna-se muito liquido a alturas excessivas por muito tempo. Mais de 7 horas de voo.

Etapa 14

Ao pousar em Anadyr no meio da tarde, queria logo seguir para o Alaska e por fim da “parte russa”, mesmo sabendo que iria voar 2 horas noturno sobre o Alaska optei por decolar. Minha escala demorou menos de uma hora no solo, e logo já estava sobrevoando o famoso estreito de Bering. Da Rússia podia-se enxergar a América! Como a lei de Murphy me perseguiu sempre, assim que anoiteceu já no Alaska, o tempo mudou rapidamente e acabei entrando em muitas formações de gelo. O problema que apesar do degelo do avião, reduzia-se muito a velocidade pois ele não consegue quebrar totalmente o gelo. Desci para 8 mil pés para a temperatura ficar positiva. Assim que o gelo saiu, fiquei a 8 mil para voar abaixo das formações mas antes de chegar a Anchorage tive que subir novamente, mas dessa vez apenas para 11 mil pés para “pular” as montanhas. Procedimento ILS para o Ted Stevens e pouso com sucesso as 1 da manha, horário local.

Etapa 15

Essa etapa foi de Anchorage, Alaska, até Victória, Canadá. A decolagem foi na alvorada porém devido ao forte cansaço tive de fazer na escala programada para reabastecer, uma escala para dormir também. Afinal, foram 15 horas de voo em seguida sem alimentação e sem dormir. Fortes ventos de proa marcaram essa etapa, a pior para vento até então. Voo sobre aonde se inicia ou termina as montanhas rochosas. Montanhas muito altas.

Etapa 16

Partimos de Victoria para uma nova entrada nos estados unidos, desta vez por Seattle. Pousamos em Boeing Field, fábrica da enorme Boeing.
O pouso foi incrível pois na nossa ala havia um “cessna” pousando em uma pista paralela a nossa. Após o controle de passaporte decolamos novamente para Salt Lake City, local onde a segunda revisão da aeronave já estava agendada.

Etapa 17

Após 5 dias parados em Salt lake o avião pode enfim decolar para o centro dos Estados unidos, o destino foi Okmulgee um pequeno aeroporto privado no estado de Oklahoma, onde nos deparamos com uma coisa incrível, pousamos no começo da madrugada e com isso não havia mais ninguém por lá, apenas um numero de informações, e quando ligamos neste numero fomos informados de que havia um carro no aeroporto com a chave no contato e que podíamos usá-lo para ir ate a cidade. E não pagamos nada por isso!

Etapa 18

Dia de concluir a circunavegacao! Nesta noite dormirmos apenas algumas horas no Aeroporto mesmo, dentro do carro cortesia. De manha o tempo não estava dos melhores, nublado e ventando, mas o tempo em rota estava bom então não houve problemas. Partimos então em direção a Miami. A tempestade tropical Isaac ainda estava na região de Miami, e com isso não tínhamos certeza se seria possível chegar ate lá nesta etapa. Com isso planejamos uma parada em Ocala para poder fazer uma avalição meteorológica do tempo na região de Miami e poder então decidir se seria possível chegar a Miami ou não. Ao pousar em Ocala e avaliar a meteorologia o resultado foi animador, o Isaac estava dando uma janela de bom tempo e a chegada em Miami não seria problema. Avião abastecido! Partida então para a conclusão da volta na Terra.
Em rota avistava-se alguns focos de mau tempo mas nada muito forte. Apos 1 hora de voo o controle já estava transferindo o EBA para a torre de Kendall Tamiami, o mesmo aeroporto de onde há 50 dias havia sido iniciada a volta ao mundo! O pouso foi tranquilo e logo o EBA já estava parado na bomba de combustível onde a Volta ao mundo teve inicio e agora teve fim! Não que a missão terminava lá mas lá foi o primeiro ponto aonde foi concluído a passagem por todos os meridianos da Terra.

Etapa 19

Com o Isacc ainda próximo a Miami tivemos que ficar monitorando a meteorologia e ficar aguardando uma brecha pra decolarmos para aguadilla.
Por sorte uma brecha apareceu e conseguimos achar um corredor de tempo bom ate aguadilla. Foram 5 horas de voo sem turbulência mas sempre com um mau tempo bem pesado a nossa direita.

Etapa 20

Dia de Chegada ao Brasil! Partimos de Aguadilla bem cedo para garantirmos a Chegada em Manaus. Fizemos exatamente a rota inversa do inicio da missão, pousamos para reabastecimento em Grenada e logo já decolamos para Boa Vista, Brasil!
Sensação Muito boa quando o controle aéreo da Guiana nos orientou a chamar o Centro amazônico e apos 50 dias voltarmos a ouvir controle aéreo em português!

Etapa 21

Dia de etapa 100% Brasileira! Chegamos bem cedo no aeroporto Eduardo Gomes em Manaus, a vontade de chegar logo em Goiânia era enorme! As etapas deste dia foram duas, MANAUS-ALTA FLORESTA e ALTA FLORESTA-GOIANIA.
A escala em Alta Floresta foi muito tranquila e logo o avião já estava reabastecido e pronto para alcançar Goiânia!
O calor já nos indicava que estávamos no querido Mato Grosso e cada vez mais perto do centrao do Brasil!

Apos cerca de 5 horas de voo Goiânia ficou visual nos recebeu de braços abertos! Finalmente missão cumprida! Solo Goiano! Chão, do coração do Brasil!

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